Aquilo que costumo chamar de “forças vivas” de Dourados, as forças representativas dos vários segmentos sociais, têm ao longo de nossa história representado papéis importantes. Alguns exemplos: veio o curso de Agronomia, o estádio Fredis Saldivar (Douradão), a duplicação do prolongamento da Av. Marcelino Pires. Foi coroada com o sucesso a implantação do Projeto Cidade Universitária (UEMS e UFGD) e posterior implantação da UFGD. Também unida, a sociedade conseguiu afiliar Dourados à Associação Internacional das Cidades Educadoras, obteve a duplicação da Guaicurus e tantos outros projetos. Enfim, quando mostra força, atinge objetivos. Por outro lado, existem espaços quase vazios, nossas forças vivas parecem entrar em estado letárgico, demoram a acordar de uma espécie de sonolência que permite que Dourados seja submissa a planos externos. Pior e inacreditável seria se passassem tempos olhando apenas e simplesmente para os seus interesses imediatistas, esquecendo-se de que serão sempre mais fortes quanto mais forte for a cidade.
Quanto à administração pública teria uma força muito maior se não estivesse quase sempre atrelada aos acordos políticos feitos com as cúpulas partidárias sediadas na capital e que, em última análise permitem as suas eleições. Amarrada por essas forças e dividindo explicitamente o poder entre elas, nossos governos municipais precisariam das nossas forças vivas para poderem reagir de acordo com os interesses maiores da cidade. Garantidos por essas forças os nossos governantes reagiriam melhor, ao menos colocar-se-iam entre a cruz e a espada, ou seja, portar-se-iam com certa neutralidade, demonstrando estarem sujeitos às pressões oriundas da capital, mas também das forças representativas da cidade.
Nesse caso poderíamos, por exemplo, transformar a SANESUL em uma autarquia municipal ao invés de cedê-la aos que pretendem privatizá-la. Nosso meio ambiente e nossos bolsos agradeceriam.
Quanto à Câmara Municipal, em seus diversos mandatos, interessaria que os vereadores representassem menos os interesses personalísticos de políticos mais graduados, e sim que tivessem ideologias definidas para oferecer propostas para a cidade; mesmo que vencidas, serviriam como sementes para germinarem no futuro.
Os governantes não podem perderem-se no emaranhado dos problemas do dia-a-dia, as tarefas do cotidiano cabem mais ao secretariado que, além de cumprirem um planejamento estratégico de governo, devem resolver os casos emergenciais. O administrador municipal tem obrigação de enxergar um tanto além da curva, um pouco além do horizonte e projetar a cidade para o futuro.
Nesse sentido não consigo ainda avaliar com propriedade o trabalho da prefeita Délia Razuk, mas o meu otimismo inquebrantável parece levar-me a crer que ela (re)organizará o projeto “Dourados Cidade Educadora”. Claro que será um desafio grande, mas quando vereadora a prefeita Délia e o vereador Cimatti propuseram, e a Câmara Municipal aprovou, um projeto em parceria com a Academia Douradense de Letras, que promoveu uma semana cultural, com participação das escolas públicas que foi coroado de sucesso. Essa sensibilidade para com a cultura pode ser estendida a todos os demais segmentos sociais. Já pensou o caro leitor se o Comitê da Cidade Educadora, com a participação efetiva de nossas quatro universidades, começasse a discutir, por exemplo, o porquê de recebermos duas penitenciárias e apenas uma escola com tempo integral?
Que tal uma grande discussão com o SINTED sobre a implantação gradativa de escolas com tempo integral, mas com contra turnos que levariam nossas crianças até 16 anos a ficarem com o tempo preenchido o dia todo? E se houvesse uma discussão em torno das penitenciárias? Ao invés de recebermos universidades do crime, que são as cadeias de segurança máxima, não poderíamos receber presídios modernos, que abrigassem prisioneiros para a ressocialização? Isso já existe, inclusive no Brasil, é só copiar e adaptar. O nível de civilidade de um país mede-se pelo tratamento que se dá aos seus presidiários, visite: http://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/ressocializacao-pela-educacao-um-desafio-possivel.htm e aprecie esse conceito de penalidade, ou será que desejamos assistir a degolamentos em casas de detenção?
A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.
VoltarSer convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria
A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.
Abrir arquivoNossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.
Abrir arquivoO livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.
Abrir arquivoEsta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política
Abrir arquivoEsse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.
Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.
Abrir arquivoMomentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.