Wilson Valentim Biasotto
Crônicas para o fim do século
Este é um bom ano para se escrever crônicas. Fim de século e fim de milênio. Esses marcos costumam atrair a atenção dos historiadores. Em breve eles rebuscarão nos arquivos referentes a esse ano todo tipo de documentos e, nos jornais, haverão de apreciar as crônicas do cotidiano. Desejarão saber como víamos o nosso mundo e, nesse sentido, as crônicas são um bom indicativo, uma boa pista. Mas cuidemo-nos todos os cronistas, amadores ou profissionais, ao historiador atento não escaparão detalhes. Se debruçarem-se sobre nossos escritos, analisarão todo o substrato de nossa formação; verificarão a nossa linha política; desvendarão a nossa ideologia, nosso credo religioso ou nosso ateísmo; dirão sobre o grau de confiabilidade de nossas crônicas; avaliarão, enfim, as linhas e as entrelinhas, o texto e o contexto.
Somente após todo esse ritual é que nossos escritos serão considerados. Da mesma forma ocorre com os jornais, revistas e outros documentos. Primeiro uma análise profunda, depois a posição do historiador.
Se eu enaltecer sistematicamente uma personalidade corro o risco de ser visto pelos historiadores do futuro como um bajulador, um interesseiro ou, ainda, um sujeito vendido (ou comprado?) para servir aos interesses dessa personalidade. Se em meus escritos, me restringir a criticar tudo e todos, poderei ser considerado um ser amargo, portanto, serei olhado com ressalvas. Da mesma forma, teria pouco crédito se me pusesse a escrever, todo o santo dia, em nome do otimismo, fatos deturpados da realidade.
Não me importo muito, entretanto, com essa possibilidade. Até divirto-me um pouco com alguns exercícios. Pense o leitor na cara do historiador do futuro quando estiver lendo que o presidente do Brasil, FHC, um professor com doutorado, conhecedor de vários idiomas, escritor de renome internacional, pronunciou-se contrariamente em relação a elevação do salário mínimo de seu país para R$ 100,00.
Que se fazia com R$ 100,00 no fim do milênio, se perguntará? E, seguindo adiante nas suas investigações verá que a alegação do presidente FHC era de que os cem dólares para o salário mínimo quebraria a previdência social, já que os benefícios aumentariam em quatro bilhões de reais. Nosso historiador do futuro rirá da situação pois verificará que bastaria diminuir a pagamento de juros da dívida externa de setenta e seis bilhões para setenta e dois bilhões que estaria salva a previdência.
A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.
VoltarSer convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria
A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.
Abrir arquivoNossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.
Abrir arquivoO livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.
Abrir arquivoEsta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política
Abrir arquivoEsse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.
Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.
Abrir arquivoMomentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.